DYSTOPIA
A segunda instância da Trilogia do Lugar, DYSTOPIA, retorna a noção de ‘não-lugar’ agora na sua vertente negativa de ‘mau-lugar’ (dys, do grego antigo δυσ: ‘mau, dificuldade, dor’), enquanto ‘anti-utopia’, não como inversão da primeira mas como pura perversão da sociedade. ‘O objecto do terrorismo é o terrorismo. O objecto da opressão é a opressão. O objecto da tortura é a tortura, o objecto do poder é o poder.’ Começa a compreender-me agora? ‘It is a beautiful thing, the destruction of words’. Mas se o pensamento corrompe a linguagem, também a linguagem corrompe o pensamento: 2 + 2 = 5 As consequências de cada acto estão contidas no próprio acto. Em momentos de crise, nunca se luta contra um inimigo externo, mas sempre contra o próprio corpo. No campo de batalha, na câmara de tortura, num barco a afundar, aquilo pelo qual luta é sempre esquecido. Como apelar a um futuro quando nem um rastro de si, nem uma palavra anónima gatafunhada num pedaço de papel, pode fisicamente sobreviver? ‘Da dor pode desejar apenas uma coisa, que esta pare. Nada no mundo é tão mau com a dor física. Face à dor não há heróis.’
Miguel Gendre como actor na residencia artística da montaxe “Dystopia”
Residencia en “Espaço do Tempo” (Montemor-o-Novo, Portugal)
Incompatibilidade para facer a xira da montaxe.
a partir de GEORGE ORWELL, JORGE LUIS BORGES, entre outros
direcção artística, dramaturgia, encenação EMANUEL DE SOUSA
dispositivo cénico, desenho de luz e video EMANUEL DE SOUSA
banda sonora original JOÃO DORMINSKY
assistência de movimento ANDRÉ MENDES
figurinos e adereços PONTO TEATRO
interpretação ANDRÉ MENDES, DANIELA GONÇALVES,
OLINDA FAVAS, PEDRO MIGUEL DIAS e EMANUEL DE SOUSA
fotografia de cena HUGO MARTINS
imagem gráfica E MULTIMEDIA
produção PONTO TEATRO
apoios DIRECÇÃO-GERAL DAS ARTES / GOVERNO DE PORTUGAL, Secretaria da Cultura, FUNDAÇÃO GDA, O ESPAÇO DO TEMPO, GALERIA ZÉ DOS BOIS, LUGAR INSTÁVEL, Companhia Instável, ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPECTÁCULO, TEATRO HELENA SÁ E COSTA.